Se sua empresa vai expor e precisa de conectividade, não deixe de ler este material.
Com este material, garantimos que você conseguirá contratar serviços de conectividade, ou simplesmente “internet”, como normalmente é chamado, de forma eficaz para seu estande em feiras, congressos e exposições. Você obterá serviços de qualidade com o melhor custo-benefício.
A Evolução das Feiras de Negócios
As feiras e exposições, que têm suas origens milenares no Oriente Médio e na Ásia, evoluíram para eventos estruturados que promovem produtos, cultura, tecnologia, networking e oportunidades de negócios.
Atualmente, esses eventos são fundamentais para aumentar a visibilidade e impulsionar a geração de negócios, com as tecnologias desempenhando um papel crucial para os expositores.
Essas inovações abrangem desde o cadastro de leads e a geração de códigos QR para acesso até o uso de máquinas de cartões, o credenciamento de usuários, o uso de Smart TVs conectadas, telões interativos, a troca de mensagens, cadastro de clientes em sistemas de CRM, emissão de notas fiscais, além do registro de vendas em sistemas ERP. Além disso, incluem-se transmissões ao vivo, lives, podcasts e streaming de vídeo e postagem nas redes sociais.
Toda essa tecnologia exige uma conectividade segura, estável e eficaz.
O mercado brasileiro
Segundo a UBRAFE, mais de 2.000 feiras de negócios acontecem anualmente no Brasil. A expectativa é de aproximadamente 700 eventos de grande porte por ano, movimentando centenas de milhares de visitantes e milhões de reais em geração de negócios.
140 Feiras |
R$ 7 Bi |
O potencial de impacto econômico das Feiras de Negócios é amplificado por mais de 400 Eventos Corporativos, 100 Congressos e 600 Convenções de Vendas. | Essas feiras atraem mais de 3,5 milhões de visitantes. Quando incluímos outros eventos corporativos, o total ultrapassa 5 milhões de visitantes. |
Centros de Exposições fornecem Wi-Fi gratuito?
Não! Geralmente, os Centros de Exposições contratam uma empresa que já possui a infraestrutura necessária no local para fornecer esse serviço.
Essas empresas oferecem subdivisões de links contratados através de operadoras, saindo de uma sala técnica (NOC), passando por switches e APs, e disponibilizam a conectividade para os estandes por meio de cabos suspensos no teto.
Atualmente, o NOC pode estar fora do local físico da operação, com gerenciamento remoto.
Vantagens
- Facilidade na contratação diretamente no CAEX
- Dados da empresa já incluídos no manual do expositor
Desvantagens
- Preços acima da média sugerem a percepção de monopólio, gerando pressão psicológica sobre expositores, podendo ser configurado como venda casada (Art. 39, inciso I da Lei 8.078/1990).
- Atendimento semelhante a um órgão público, com a sensação de que estão prestando um favor ao cliente e não vendendo um serviço técnico de qualidade.
- Essa situação também pode violar a livre concorrência (Lei 12.529/2011).
- A fibra óptica é limitada, sujeita a falhas, principalmente em dias chuvosos.
- Há carência de know-how técnico em redes devido à alta demanda.
- Contratam freelancers com perfis genéricos de eventos. Além de sobrecarregar o trabalho, isso resulta em turnos excessivos, prejudicando a qualidade técnica.
Posso contratar uma empresa externa?
Sim! As tecnologias atuais permitem conectividade sem interferir na estrutura do pavilhão e sem a necessidade de passagem de cabos em áreas comuns.
Conforme a ANATEL na Resolução nº 680/2017. Isso autoriza o uso do espectro de radiofrequência para serviços como SCM, incluindo FWA (Acesso Fixo Sem Fio), que utiliza infraestrutura 5G, oferecendo maior largura de banda e latência reduzida para internet mais rápida e confiável.
Bloqueadores de sinal: proibidos por lei
A má qualidade do sinal em locais como Pavilhões de Exposições deve-se à alta densidade de usuários, não a bloqueadores de sinal. A colaboração entre pavilhões e operadoras é necessária para melhorar a infraestrutura. O uso de bloqueadores de sinal é proibido por lei; apenas órgãos autorizados, como as Forças Armadas, podem usá-los, conforme a Lei Geral de Telecomunicações (Lei 9.472/1997).
Principais tecnologias
Tecnologias atuais permitem fornecer conectividade sem usar estrutura do pavilhão, graças à autorização da ANATEL para o uso de transmissão via satélite, radiofrequência e FWA (Fixed Wireless Access).
Essas tecnologias oferecem uma soluções eficientes e flexíveis para ambientes que necessitam de conectividade rápida e confiável, sem depender de infraestruturas físicas.
As APNs privadas são redes virtuais utilizadas por MVNOs, proporcionando conexão segura para dispositivos profissionais à internet via ERB. Elas oferecem maior segurança, controle, monitoramento e estabilidade do sinal.
Vantagens dessas tecnologias
FWA | Radiofrequência | Satélite |
---|---|---|
Sem cabos de fibra óptica entre a OLT, ONU (pontos de passagem da operadora) e o stand. | É uma solução ideal para regiões com pouca infraestrutura de fibra óptica ou ERBs. | Uma solução viável para utilizar em parques, praças, estádios e clubes de jóquei. |
O sinal é recebido diretamente no stand por meio de uma CPE (Customer Premises Equipment) | A instalação é simples, utilizando antenas e equipamentos sem fios ou cabos. | É capaz de atender áreas remotas que outras tecnologias não conseguem chegar. |
A banda larga apresenta uma média de 100 Mbit/s de download e 50 Mbit/s de upload. | Banda Larga apresenta uma média de 30 Mbit/s de download e 30 Mbit/s de upload. | Banda Larga apresenta uma média de 200 Mbit/s de download e 20 Mbit/s de upload. |
O alcance pode atingir até 40 km a partir da torre (ERB), dependendo da linha de visão. | Alcance nas áreas onde há antenas previamente estabelecidas até o Pavilhão. | O alcance deve ser em locais com vista dos satélites, geralmente não se aplica a pavilhões. |
Autorizado a operar pela ANATEL, conforme o Ato 2436, de 7 de março de 2023. | É uma alternativa mais acessível para uma conectividade estável, se comparada à fibra óptica. | Contrato B2B por SCM (serviço de comunicação multimídia) através de empresas especializadas. |
Como contratar “internet” para o meu stand?
Não caia em ciladas, seja exigente, compare e negocie. Veja 10 passos que garantem o sucesso na qualidade da conectividade para o seu stand e do resultado de performance durante a Feira.
1 – Contratação sob demanda
O fornecedor deve avaliar o escopo da demanda, não apenas oferecer “internet” por X megas. Empresas especializadas em conectividade usam sistemas como o UniFi Design Center, planejam redes de acordo com a planta do estande e elaboram um site survey onde será definido o QoS (Quality of Service), para garantir o desempenho de aplicativos importantes, para prover a melhor performance para as necessidades do cliente.
2 – Peça dois ou mais orçamentos
Compare a empresa alocada no Centro de Exposição com outras empresas externas que são reconhecidas como especialistas de mercado. Analise as tecnologias empregadas, o suporte técnico oferecido, a pontuação do NPS (Net Promoter Score) e outros elementos que vão além da questão do preço cobrado.
3 – Se informe sobre os equipamentos utilizados
Prefira empresas que utilizam equipamentos com certificações internacionais como o selo “Wi-Fi Certified da Wi-Fi Alliance”, e de uso e aplicabilidade profissional. Entre essas marcas, podemos citar Mikrotik, UniFi e Cisco Meraki. Empresas especializadas avaliam protocolos, espectro, densidade de usuários, interferência, SSID, criptografia, segurança e firewall.
4 – Compare serviços técnicos
Serviços de qualidade são notados no primeiro atendimento, bem como na validação da planta, na instalação e configuração profissional. É importante verificar se serviços adicionais, como a troca de senha do Wi-Fi, são cobrados à parte. Empresas especializadas utilizam uma infraestrutura de nuvem VPN e podem oferecer suporte dedicado 100% remoto, sem custos adicionais, por meio de um NOC (Network Operation Center).
5 – Questione o suporte e o pós-venda
O suporte via WhatsApp, o processo de onboarding pós-contratação e um atendimento ágil são elementos essenciais. Ademais, é fundamental contar com um gerente de contas “Key Account” que acompanhe todo o processo, desde a contratação até o encerramento da feira, garantindo a plena satisfação do cliente por meio de uma abordagem de Customer Success.
6 – Pesquise a reputação da empresa
Consulte a empresa no Google e busque relatos de expositores. Peça referências de colegas do setor, tanto positivas quanto negativas. Vender um serviço como “essencial” e agir como se estivesse fazendo um favor ao cliente é uma prática desaprovada por especialistas em negócios.
7- Evite pagamento 100% antecipado
É comum que empresas de eventos exijam pagamento total antecipado, mas isso pode ser um desafio para os clientes que necessitam de suporte técnico. A exigência de pagamento antes da prestação do serviço pode indicar falta de gestão e representar um risco significativo.
8 – Confirme a estrutura da empresa
Pesquise o site da empresa, consulte o CNPJ, Capital Social e quadro societário para confirmar sua legitimidade. O CNAE deve incluir Serviços de Comunicação Multimídia (SCM) e Provedores de Acesso às Redes de Comunicações. Verifique se a empresa realmente possui sede física ou está apenas alocada dentro do Pavilhão ou de um apartamento. Um negócio deve ter uma equipe especializada nas áreas técnica, comercial e financeira.
9 – Fuja de negócios de aluguel ou locação
Existem empresas de “aluguel” de tecnologias para eventos, como câmeras, telões, tablets, notebooks e até mesmo roteadores, mas não são especialistas em redes. Muitas utilizam SIM Card NSA sem uma APN privada, em aparelhos como o “Vivo Box” ou “Mochilink”, passíveis de congestionar em horários de alta densidade. Esses serviços também possuem limites de tráfego indicados em GB. Cuidado! Esse tipo de contrato pode prejudicar sua operação.
10 – Avalie o custo-benefício, não apenas o preço
Investir mais não garante qualidade; pode ser uma questão de percepção de monopólio. Opções econômicas podem ser frustrantes. A conectividade requer um equilíbrio entre tecnologia, suporte, confiabilidade e histórico técnico. Exija esses fatores e contrate uma empresa especialista que ofereça qualidade de serviço e atendimento excepcional para seu stand.
Referências
UBRAFE: Relatório de Impacto de Eventos B2B
ANATEL – Resolução 680/2017: Link oficial
Lei 8.078/1990 – Código de Defesa do Consumidor: Planalto
Lei 12.529/2011 – Livre Concorrência: Planalto
Lei 9.472/1997 – Lei Geral de Telecomunicações: Planalto
Ato 2436/2023 – FWA ANATEL: Link oficial